Numa palavra, é deixar para mais
tarde o que se tem para fazer.
O mundo parou. Ou obrigou-nos a
parar devido a esta pandemia.
Mas além de parar, esta pandemia
obrigou-nos também a Adiar.
Adiámos encontros com irmãos, família
e amigos.
Adiámos a ida ao café e conversas
banais.
Adiámos a compra daquela peça de
roupa, daquele abraço que gostaríamos de ter dado.
Sim, adiámos as nossas aulas em
presença.
Agora, em vez da alegria da Marta,
da vivacidade do David, da calma do João, da timidez da Margarida, da
inquietude do Rafael, da tranquilidade da Íris e de tantas outras manifestações
de vida, neste novo mundo virtual comunico com ecrãs pretos, vazios de conexão
emocional.
E lá vou virtualmente estando nesta
nova realidade, escolhendo o melhor fundo da casa, tentando controlar todos os
passos do ZOOM e das outras plataformas que me permitem disfarçar os nervos e a
ansiedade do futuro adiado.
E não sabemos quando e em que
condições teremos a normalidade de volta.
Penso que não há nenhum modelo de
ensino que substitua o ensino presencial, pelo que qualquer reconfiguração do
sistema que passe por afastar fisicamente os professores dos alunos, será
sempre uma pobre solução.
Discordei das reuniões de
avaliação à distância, tal como não acredito no ensino à distância. Faço parte
de uma minoria, sim, mas já estou habituada.
“Os seres humanos são criaturas
sociais, e sentir-se valorizado pelos outros é a própria base da vida em
comunidade.” Dalai Lama
Professora Helena Marques (14/07/20)
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