O escritor moçambicano Mia Couto foi distinguido com o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Este prémio consagra anualmente um autor que, pelo conjunto da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua portuguesa.
O anúncio foi feito no Rio de Janeiro, onde esteve reunido o júri composto por professores e críticos literários de Portugal e do Brasil, além do escritor angolano José Eduardo Agualusa e do escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho.
O júri justificou a sua escolha com a vasta obra deste escritor, "caracterizada pela inovação estilística e a profunda humanidade". A obra de Mia Couto, que conta já com 30 livros publicados, tendo alguns títulos sido traduzidos para cerca de duas dezenas de línguas, "inicialmente foi muito valorizada pela criação e inovação verbal, mas tem tido cada vez maior solidez na estrutura narrativa e capacidade de transportar para a escrita a oralidade."
Mia Couto publicou o seu primeiro livro, Raiz de Orvalho, um livro de poesia, em 1983. É com Vozes Anoitecidas, um livro de crónicas, que recebe o prémio da Associação de Escritores Moçambicanos. Em 1992 publica o seu primeiro romance, Terra Sonâmbula, no qual Mia Couto introduz aquelas que se tornarão as marcas características do seu estilo, nomeadamente a "desobediência" ao padrão da língua portuguesa e a inovação vocabular inspirada na oralidade.
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