No recente Simpósio Internacional WEB PREVENTION &
PREVENTION WEB, organizado pelo CADIn – Centro de Apoio ao DesenvolvimentoInfantil e o qual reuniu especialistas nacionais e internacionais, discutiu-se
sobre o impacto das novas tecnologias no desenvolvimento das crianças e,
consequentemente, nas famílias.
Além de casos e histórias de crianças e jovens que
apresentam sintomas clínicos, como dores de cabeça, dores de costas,
perturbação do sono, ansiedade, entre outros, devido à utilização excessiva do
computador, estes especialistas debateram igualmente o modo como isso está a
afetar o dia a dia de muitas famílias, assim como o desempenho social e escolar
destas crianças e jovens.
Destacamos aqui algumas declarações do neuropediatra Pedro
Cabral, diretor clínico do CADIn, citadas no jornal Público de dia 22 de janeiro.
“Há cada vez mais pessoas a perguntarem se o nosso cérebro e
a nossa atenção estão a mudar. Eu creio que a civilização da imagem e do
audiovisual modificou a maneira como nos apropriamos da informação, e os miúdos
também. Nos ecrãs, a leitura é muito mais rápida. Não tem o tempo de ler dos
livros, é uma velocidade diferente. E, tal como os polegares que têm nesta
geração mais representação, também pode haver mudanças no cérebro”.
Tudo isto pode ter influência na forma como as crianças se
portam na escola, como se concentram, ou não, a ler um livro ou a ouvir um professor
falar uma hora seguida. “É preciso criar essa disponibilidade para ouvir, criar
hábitos de ouvir, de expor, de contar uma história”, diz o neuropediatra,
notando que hoje, com as novas tecnologias, “as pessoas estão impacientes, à
espera de uma resposta [que chega à distância de um clique]”.
O artigo refere ainda que a posição de Augusto Consoli, do
Departamento de Patologia das Dependências de Turim, Itália. De acordo com o
jornal Público, este investigador “também
concorda que a rapidez com a qual se lêem conteúdos no computador, nos smartphones,
e-mails ou redes sociais, interrompendo as leituras e saltando da Wikipédia
para o Google e, depois, para o Facebook, é um modo de fruição fragmentada e
rápida que, entre outros aspectos, pode representar uma forma de atenção pouco
contínua e reflexiva.”
Pode aceder ao artigo completo do Público clicando aqui.
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