Foi com enorme prazer que recebemos hoje na Biblioteca da Escola a escritora Carla Simone Azevedo.
Capa do livro "De ébano e marfim, uma ilustração da própria autora. |
Poetisa, escritora, pintora, Carla Simone Azevedo nasceu em Moçambique e percorreu vários locais devido à profissão de seu pai, médico e delegado de saúde. Estudou em Angola e foi neste país que casou, em Nova Lisboa, atual Huambo. Veio para Portugal em 1975 e reside atualmente perto de Sintra.
São de África as suas recordações de uma infância muito feliz, como gosta de referir. São essas recordações que servem de inspiração a muitos dos seus poemas e África está também presente no seu último livro, "De ébano e marfim", o qual tem por base histórias que a autora escutou de seu pai.
O convite para esta sessão na Biblioteca da nossa escola partiu da professora Rosa Maria, que trabalhou alguns poemas e contos desta autora nas suas aulas de português com as turmas 6ºA e 6ºC.
Os alunos conversaram com a autora, colocando algumas questões previamente preparadas nas aulas. Seguidamente, alguns alunos leram poemas e alguns excertos de "De ébano e marfim". Por fim, a professora Rosa Maria e a própria autora leram os seus textos preferidos.
Foram momentos muito agradáveis e muito apreciados por todos. Agradecemos à professora Rosa Maria e aos seus alunos esta iniciativa e à escritora Carla Simone a sua presença, disponibilidade e simpatia.
Amanhã, sexta-feira, Carla Simone Azevedo estará no Canto das Letras, na Biblioteca Municipal Manel do Tojal, pelas 16h, para a apresentação do seu livro "De ébano e marfim", numa iniciativa do ASAS. Apareçam!
Pela singeleza e humildade que percecionamos na escrita da Carla, e pelo modo subtil com que ela constroi o seu universo onírico e o partilha com o/a leitor/a, escolhi este ( de seu título) Poema:
Poema
Tocaram-me ao de leve
as palavras
e acordei.
Com elas ritmei
a cadência do tear dos dias
onde fui dando forma
ao meu refúgio
e teci-o frágil
e atapetei-o de alfazema perfumada
enfeitei-lhe as paredes
de som e rima
dei-lhe a luz da alma
e o calor das mãos.
Depois
enrolei-me morna
e adormeci
mas antes
dei-lhe o nome
de poema.
Carla Simone