segunda-feira, 27 de abril de 2020

BE@EnsinoaDistância

Com o intuito de apoiar os nossos utilizadores nesta fase de ensino a distância, as Bibliotecas Escolares do AESA criaram um padlet onde iremos disponibilizar links para outras páginas de apoio e de referência, recursos educativos, ferramentas digitais e tutoriais para a sua utilização, quer por professores, quer por alunos, guiões, bem como listas de recursos disponíveis nas bibliotecas do Agrupamento para unidades temáticas das diversas disciplinas (já existentes ou criadas por solicitação dos utilizadores). Esta é uma página em constante atualização e contamos também com as vossas sugestões.


Made with Padlet

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Plano de Ação das BE para o Ensino a Distância (E@D)


Num momento em que as escolas se encontram encerradas devido às medidas excecionais adotadas no combate ao COVID-19 e em que o final do ano letivo se desenvolverá, em grande parte, sem atividades letivas presenciais, é solicitado a toda a comunidade educativa que se adapte, nomeadamente através da definição de um plano de ensino a distância em cada Escola.

As Bibliotecas Escolares, enquanto estruturas de apoio integradas nas escolas, com a missão de as coadjuvar na consecução dos seus objetivos, estão naturalmente convocadas para integrarem esses planos e, também elas, reinventarem a sua ação, dando o seu contributo.

Deste modo, as Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas de Santo André (AESA) apresentam um Plano de Ação para o Ensino a Distância, o qual consubstancia um conjunto de ações com vista a apoiar a comunidade educativa – alunos, professores pais e encarregados de educação – nesta fase.

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sexta-feira, 3 de abril de 2020

"Amigos, até à hora do almoço", por Rodolfo Castro

Ainda para assinalar o Dia Internacional do Livro Infantil, aqui fica uma história para terminar bem a semana.
E quem melhor para contar esta história do que um dos melhores, desculpem, o pior contador de histórias do mundo? 😉
Esperamos que gostem.


quinta-feira, 2 de abril de 2020

Mensagem do Dia Internacional do Livro Infantil

O Livro Internacional do Livro Infantil celebra-se, desde 1967, no dia 2 de abril.
Todos os anos, o IBBY (International Board on Books for Young People) convida um país e um escritor a escrever uma mensagem para este dia. Este ano, o país convidado é a Eslovénia e o texto é da autoria de Peter Svetina.
A DGLAB (Direção-Geral dos Livros, dos Arquivos e das Bibliotecas) disponibilizou uma tradução do texto, a qual partilhamos aqui.




Na minha terra, os arbustos florescem em finais de abril, início de maio, e logo se enchem de casulos de borboletas. Parecem bolas de algodão ou pedacinhos de algodão doce, mas as crisálidas que ali de desenvolvem devoram folha após folha, até os arbustos ficarem despidos. Quando as borboletas saem destes casulos, iniciam os seus voos delicados, mas os arbustos não são destruídos. E quando chega o Verão, florescem novamente, e assim acontece ano após ano.

É isto que sucede ao escritor e ao poeta. São devorados, esvaziados pelas suas histórias ou poemas: quando estes já estão escritos, saem a voar para acabar nos livros e poderem encontrar os seus ouvintes ou leitores. E isto repete-se uma vez, e outra vez.

O que acontece aos poemas e às histórias? Conheço um menino que foi operado aos olhos. Depois da cirurgia, teve de ficar duas semanas deitado sobre o lado direito. Durante um mês, não pode ler, não pode ler mesmo nada. Quando ao fim de um mês e meio pegou finalmente num livro, parecia que o livro era uma tigela onde apanhava palavras à colher. Como se as comesse.

Como se verdadeiramente as comesse. Conheço uma rapariga que cresceu e é agora professora. Disse-me: coitadas das crianças a quem os pais não leem livros.

As palavras nos poemas e nos contos são comida. Não são comida para o corpo: ninguém pode encher o estômago com elas. São comida para o espírito e para a alma.

Quando temos fome e sede, o estômago encolhe-se e a boca seca. Procuramos um pedaço de pão, um prato de arroz, de milho, um peixe ou uma banana. Quanto mais fome se tem, mais a atenção diminui, e já não se vê mais nada para lá do pedaço de comida que nos saciaria.

A fome de palavras não se manifesta deste modo, mas adquire a forma da melancolia, do esquecimento, da arrogância. As pessoas que sofrem este tipo de fome não percebem que as suas almas tremem de frio e lhes passam ao lado. Uma parte do mundo foge-lhes das mãos sem que disso tenham consciência.

Esta fome pode ser saciada com contos e poemas.

Mas haverá esperança para aqueles que nunca se alimentaram de palavras para satisfazer a fome?

Sim, há. O menino lê quase todos os dias. A menina que já cresceu e se tornou professora lê histórias aos seus alunos. Todas as sextas. Todas as semanas. Se um dia se esquecer, os alunos vão lembrá-la.

E quanto ao escritor e ao poeta? Quando chegar o Verão, ficarão novamente verdes. E mais uma vez serão comidos pelas histórias e pelos poemas que escrevem, que voarão em todas as direções, como borboletas. Uma vez, e ainda outra vez.

Peter Svetina (n. 1970, Ljubljana, Eslovénia)
Tradução: Maria Carlos Loureiro

Dia Internacional do Livro Infantil


Cartaz da autoria de André Letria, vencedor
do Prémio Nacional de Ilustração em 2019